Mapeamento Corporal e Dermatoscopia Digital

O número de casos de câncer de pele está aumentando em todo o mundo. O tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma (31,3% do total de casos), com cerca de 185 mil novos casos a cada ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Observa-se um aumento sobretudo nas mulheres jovens com menos de 35 anos de idade. A boa notícia: O câncer de pele é facilmente tratável se detectado precocemente. Por isso, solicite a um especialista que examine regularmente a sua pele!

A radiação UV do sol desempenha um papel decisivo no desenvolvimento do câncer de pele que pode levar a danos no material genético. Se estes danos ao DNA não forem completamente reparados, as células afetadas podem se tornar células iniciais de câncer de pele. Além da radiação solar, fatores hereditários e o próprio estilo de vida também podem causar câncer.

Existem dois tipos principais de câncer de pele: Melanomas e carcinomas.

1. Melanoma maligno: Melanomas podem se desenvolver a partir de lesões pré-existentes ou se desenvolver na pele saudável. O melanoma  é considerado o tipo de câncer de pele mais agressivo pois possui alta possibilidade de se espalhar para tecidos e órgãos vizinhos (metástases) e é o tipo mais perigoso de câncer de pele.  O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom se detectado em sua fase inicial. Nos últimos anos, houve grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido à detecção precoce do tumor com o advento da dermatoscopia.
2. Carcinomas (carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular, bem como seus precursores, as chamadas queratoses actínicas): Estes são os chamados tipos de câncer de pele não-melanocítico. Carcinomas basocelulares e espinocelulares são o tipo de câncer mais comum em todo o mundo. Com mais de 230.000 novos casos por ano no Brasil, o número é consideravelmente maior do que o do melanoma maligno. No entanto, os carcinomas são menos propensos a metástases e, se detectados precocemente, são curáveis na maioria dos casos.

Se você responder a uma das perguntas com "SIM", procure seu dermatologista!

• Você tem um tipo de pele clara que é sensível ao sol?
• Tem muitos nevos pigmentados?
• Tem grandes marcas congénitas de pigmentos?
• Tem sardas atípicos ou lesões de nascença que mudaram recentemente?
• Teve queimaduras de sol quando criança ou adolescente?
• Houve algum caso de câncer de pele na sua família?
• Já contraiu câncer de pele?
• Você está ou esteve regularmente exposto à forte luz do sol?

Alterações nas lesões de nascença podem ser uma indicação de câncer de pele. Portanto, observe suas marcas de nascimento com relação aos seguintes critérios:

• Mudanças de cor (por exemplo, mais claro, mais escuro, novas cores)
• Alteração de tamanho ou espessura
• Alterações no ambiente circundante dos nevos (por exemplo, vermelhidão, cor branca, inchaço)
• Sardas novas
• Sangramento de marcas de nascença

Examine regularmente as suas sardas e quaisquer feridas que não cicatrizarem durante um período de quatro semanas. Preste atenção às modificações usando a regra ABCDE:

A = Assimetria: forma desigual, assimétrica
B = Borda: margens irregulares
C = Coloração: cores diferentes
D = Diâmetro: superior a 5 mm
E = Evolução:  Desenvolvimento nos últimos três meses

Se a sua pele mudar, marque uma consulta com um dermatologista!

No mapeamento de corpo inteiro suas lesões ("sinais") são fotografadas e monitoradas a longo prazo. O procedimento é baseado no "método de dois passos para o acompanhamento digital", o mais avançado método de monitoramento da pele e das lesões praticado por especialistas em câncer de pele em todo o mundo.

Num primeiro passo, as imagens de toda a superfície da pele são captadas e armazenadas em segundos e de forma completamente indolor. Usando o microscópio polarizado de vídeo, nevos atípicos e alterados são então adicionalmente registrados microscopicamente, armazenados e analisados para detectar malignidade.

Durante as sessões de acompanhamento regulares, a pele e as marcas de nascença são novamente fotografadas e comparadas com as imagens do último exame. O software marca lesões novas e alteradas. Assim, mesmo pequenas alterações da pele e de cada lesão a individual, bem como novas, podem ser detectadas o mais cedo possível quando as perspectivas de cura são boas. Cirurgias desnecessárias são evitadas. Este procedimento oferece dupla segurança - especialmente para pacientes de alto risco!

O acompanhamento pós-tratamento é fundamental. Os pacientes com melanoma, dependendo do estadiamento do seu tumor, têm uma data específica para acompanhamento, podendo variar de trimestral, semestral ou anual. É muito importante este retorno na data marcada, pois estes pacientes apresentam uma predisposição a desenvolver novos tumores e a cura é dependente da precocidade do diagnóstico.

Não é necessário realizar preparo especial para a realização do exame. Deve-se apenas evitar uso de maquiagem carregada ou  protetor solar com cor para garantir que a pele esteja limpa e sem obstruções durante o exame. O uso de roupas de banho (biquini/sunga) pode ser uma opção para aqueles pacientes mais tímidos, para que se sintam mais confortáveis durante o exame. 

Não. É um exame não invasivo, realizado através de análise fotográfica. A médica pode aplicar um gel na pele para melhorar a qualidade das imagens durante a dermatoscopia.

Não. O paciente pode retornar às suas atividade normalmente após o exame, como se tivesse realizado uma consulta apenas. A médica fornecerá orientações gerais sobre cuidados posteriores, como evitar a exposição solar excessiva e monitorar a pele quanto a quaisquer mudanças.